Meio Ambiente

On 17 agosto 2006 / By Cleo Freitas PPG / Reply
Rio Itapecuru, o rio da integração maranhense




O Itapecuru no Maranhão – O Rio Itapecuru nasce e morre no Maranhão e costuma ser chamado por alguns de Rio da integração maranhense. Sua nascente localiza-se a uma altitude de 480 metros, no sistema formado pelas Serras da Crueiras, Itapecuru e Alpercats, dentro do atual Parque Estadual do Mirador, a 490 km da capital São Luís. Na bacia onde nasce este Rio, nascem ainda outro, embora não tão importantes, como Alpercatas, Pucumã, Corrente, Itapecuruzino e Santo Amaro.
Suas águas percorrem 1.041, 66 quilômetros de sul a norte do estado, das nascentes a baía de São José, no Oceano Atlântico. Forama chamada Bacia Hidrográfica do Rio Itapecuru, abrangendo 52.700 km². Dentro da sua área de drenagem situam-se 48 municípios e uma população de aproximadamente 1.503. 416 de habitantes, incluindo São Luís, que também se abastece do Rio Itapecuru, a população servida do rio é quase a metade do numero de habitantes do estado – 2.373.444.
Sobre as nascentes do Itapecuru, os naturalistas Spix e Martius, contratados pelo rei português Dom João VI, diziam num trecho do livro “Viagens pelo Brasil”, em 1817, que nenhum brasileiro tinha até então se aventurado a chegar às nascentes do rio, lugar desconhecidos e perigoso pela presença de índios selvagens, assim também foi descrita as nascentes pelo respeitado estudioso Raimundo Gaioso, embora sem nunca ter ido até lá.
O Itapecuru fora um rio navegável, seus 610 quilômetros recebiam vapores comerciais, Duque de Caxias (Luis Alves de Lima) foi um dos primeiros a recohecer a importância comercial deste rio. Em 1840, em plena Balaiada, a Assembléia do maranhão fez concessões para quem quisesse explorar sua navegação, o que consumou anos mais tarde. Ema maio de 1849, singrava as águas a gaiola Caxiense com 40 cavalos de força, da Companhia de Navegação do Maranhão, fazendo a viagem inaugural da capital a cidade de Caxias. Em 1870, outros vapores passaram a cortar águas do Itapecuru, o de maior capacidade foi o Gurupi, com 156 pés de comprimento e capacidade para 411 toneladas.
Todas a máquinas que industrializaram as cidades ribeirinhas no início do século XX entraram por este rio, quando chegavam da Inglaterra, foi ainda, elo de ligação de regiões maranhenses transportando produções agrícolas e comerciais entre São Luís e cidades a montante. Até o início do século XX, o rio foi a principal via de escoamento da produção regional e só perdeu esta importância com a construção da estrada de ferro S. Luís – Teresina e com o asfaltamento da BR – 316. Estas razoes são interpretadas por especialistas para o insucesso da navegação comercial, embora outro dizem que foi o abandono do poder público a partir daí.
O Itapecuru em Coroatá - Os principais afluentes do Itapecuru são Rio Pirapemas, riachos do Tapuio, peritoró e Santana, Igarapé Grande, os igarapés dos povoado Matinga e Cigana, Garapé do Corre-corre e Santo Antonio.Este Rio divide o centro da cidade de bairros como Tresidela, Jordão e outros, povoados e estradas que levam a outra cidade, por isso, durante dez anos, entre 1958 e 1968, foi construída a Ponte para unificar a cidade, a mesma foi construída pela empresa Arquitetura Limitada chefiada pelo engenheiro Agnelo Araújo.Antes para a população cruzar as águas deste Rio – onde nadam peixes como piaba, mandi, branquinha, traíra, camarão, surubim, entre outros, e que já fora muito freqüentado por banhistas – era necessário usar canoas ou até mesmo nadando se quisessem fazer compras ou ir para a escola, que naquela época era apenas a Viriato Correa. Hoje em dia ainda é comum ver embarcações navegando pelo rio, principalmente usadas pelas pessoas que moram na zona rural.
O Rio Itapecuru é importante – pela repercussão social, econômica e histórica, navegação, abastecimento, lazer, pesca e irrigação – ainda para as cidades de Timbiras, Codó, Caxias, Itapecuru Mirim, Passo do Lumiar, Rosário e até para a capital São Luís. Um problema que hoje muito aflige os que militam pelo Rio, é a poluição. É grande os numero de detritos despejados no Rio ao longo do seu percurso pelas cidades que ele tanto faz bem. São jogados principalmente esgotos hospitalares, domésticos, lixo e dejetos humanos e como se isso não fosse o bastante, as águas do Itapecuru têm que conviver ainda com assoreamento devido a destruição da mata ciliar e queimadas próximas ao leito. O rio está minguando devido as agressões que sofre em sua nascente, envenenados pelos agrotóxicos. De 1991 para cá, agravou-se celeremente a fragilização do rio. Sua vazão, que há cerca de dez anos era de 200 metros cúbicos por segundo, caiu para cerca de 140 metros cúbicos por segundo.
Inclui-se o o Itapecuru em levantamento feio pela Organização Mundial de Saúde (OMS) registra que nos últimos 50 anos, uma redução de 73 por cento nas reservas de águas doce na América Latina teve uma redução.
Hoje o Itapecuru possui aproximadamente 70 por cento há menos do volume de águas que ele tinha antes da fundação de algumas cidades próxima ou banhada por ele.Para lutar contra esta situação sugiram movimentos populares como o Comitê da Bacia do Rio Itapecuru, Pólo da águas – Memorial e Museu na capital.

3 milhões de pessoas dependem do Itapecuru pra viver!
São Luís, entre outras 52 cidades maranhenses abrangidas pela Bacia do Itapecuru, retira desse rio 75% de água para consumo.

2 Responses to “Meio Ambiente”

Comments

  1. Anônimo says:

    Excelente reportagem, parabens. Verdade nua e crua dos fatos.

  2. Unknown says:

    Nasci em Coroatá e moro até hoje, mas nunca fica claro data em que foi construída a ponte sobre o rio Itapecuru.